A transmissão automática vem conquistando o público brasileiro e já aparece como destaque em modelos que batem recordes de venda, como o VW Polo, o GM Onix e o Hyundai HB20. Esse crescimento no mercado reflete uma curiosidade crescente sobre o funcionamento do sistema, o que torna importante discutir as características dessa transmissão, as opções de transformar um câmbio manual em automático e os cuidados básicos de manutenção que devem ser observados pelos proprietários.
A principal função de um sistema de transmissão é transferir a força gerada pelo motor até as rodas, permitindo o movimento do veículo. Sem câmbio automático, o motorista não precisa realizar uma troca de marchas manualmente; o sistema identifica o momento ideal para a troca e a realização automaticamente, dispensando o uso de coleção. Esse processo é viabilizado pelas engrenagens planetárias, componentes essenciais que se encaixam de forma a girar ao redor de outras engrenagens, criando um mecanismo eficiente e sem intervenção direta do condutor.
Para evitar confusões, é válido entender a diferença entre a transmissão automática e a automatizada, que pode ser descrita como um sistema híbrido entre o automático e o manual. Embora a condução no câmbio automatizado seja semelhante ao automático, ele mantém uma caixa de câmbio manual, mas com atuadores hidráulicos, controlados eletronicamente, que acionam automaticamente. Esse tipo de câmbio é popular em veículos pesados, como caminhões de carga, por serem robustos e eficientes, especialmente em aplicações de grande porte.
A possibilidade de alterar um câmbio manual para automático é um desejo comum entre os entusiastas, especialmente para aqueles que possuem um modelo semelhante ao de uma versão automática de fábrica. Essa alteração é técnica possível, mas exige conhecimento avançado e envolve custos elevados, pois é necessário substituir diversos componentes, o que torna uma alteração economicamente inviável na maioria dos casos. Diante disso, a melhor alternativa para quem deseja um carro automático é optar pela venda do modelo manual e adquirir um veículo que já possui o sistema automático de fábrica.
Em relação à manutenção, os carros com câmbio automático exigem menos frequência de serviços, mas podem ocorrer problemas, especialmente devido à lubrificação insuficiente. Vazamentos, por exemplo, são comuns e geram desgastes significativos nas engrenagens e nos retentores. Outro problema frequente é a sensação de “patinagem”, como se o carro estivesse deslizando mesmo nas condições normais de via, o que ocorre quando o sistema de transmissão não transfere torque suficiente para as rodas. Já os ruídos podem indicar falta de lubrificação ou até mesmo uma peça interna quebrada e solta, chocando-se contra outras e exigindo reparo imediato.
Considerando que o câmbio automático já está presente em mais de 60% dos veículos vendidos no Brasil, tanto novos quanto seminovos, a popularidade do sistema não diminui a importância de conscientizar os motoristas sobre os cuidados necessários. Alguns hábitos podem ser negociados ao câmbio, como engatar a ré ou colocar o carro na posição Park (P) ainda em movimento e manter a mão sobre o câmbio por períodos prolongados. Para evitar problemas e garantir um bom desempenho do sistema, é recomendável seguir as orientações do manual do proprietário, especialmente no que diz respeito à troca de óleo e filtro, visto que a má lubrificação é uma das principais causas de defeitos na transmissão automática.
Com o crescimento da preferência por carros automáticos no Brasil, é fundamental que mecânicos e proprietários estejam atentos aos cuidados que garantem a longevidade e o bom funcionamento desse sistema, cada vez mais presentes no mercado e nas ruas.